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sexta-feira, 10 de julho de 2020

Do ciclo de crónicas e flashs que escrevi sobre Roberto Carlos


Cantores metidos na política? Seria bom que eles lá aparecessem no Planalto e cantassem quando os políticos entram em discussões inúteis e, inclusivamente, quando se agridem verbalmente, como aconteceu há bem pouco tempo e cujas imagens surgiram nas televisões. E ver alguns dos bons artistas brasileiros no Planalto cantando em coro uma canção que visasse os corruptos que por lá abundam. É caso para se dizer, ena tantos. Claro que uns aplaudiam a canção, dependendo dos políticos visados e consequentemente dos próprios partidos a que estão ligados. Gostava de ver, por exemplo, o Erasmo Carlos cantando ao ouvido do Eduardo Cunha. O “Tremendão” era capaz de lhe dizer “e essas contas na Suíça, para comprares muitos relógios, joias e chocolates saborosos para a esposa”. E o “Tremendão” chegar junto do Romário Faria e cantando baixinho “não merecias aquela estátua em São Januário”. E o “Tremendão” juntando todos os políticos afetos ao Partido Trabalhista (PT) e, acompanhado por uma orquestra da oposição, entrava com esta: “Um dia vamos ter um show na fazenda do Lula, com Dilma no refrão ‘eu sou inocente’. De seguida, chamava-se o rei Roberto Carlos e ele, na parte séria, opinava sobre cantores metidos na política: 

“Depende. Aquele que entende de política deve. Mas quem não entende de política não deve. Porque ninguém deve falar sobre o que não sabe. A gente deve falar sobre o assunto que conhece. Quem entende bem de política deve falar, assim como quem entende de amor fala de amor. Quem entende de matemática fala de matemática. Não tenho nada contra quem fala de política em música. Isso depende da vontade e do conhecimento de cada um”.

E juntava-se um apreciável número de cantores na fazenda do Lula com uma canção apropriada: “Mandem prender Lula e Dilma”. Quanto à letra, sairia de improviso, porque era fácil, porque destes dois não faltam matérias para sentido de humor e outras coisas tais.

Uma coisa é certa: não misturem o rei Roberto Carlos nesta e em outras politicadas. Se votou na Dilma, foi o melhor que lhe pareceu na altura. E se fosse hoje? Por certo que não optaria por nenhum dos candidatos, por exemplo, Renan Calheiros, Cunha e Temer. Melhor seria mesmo o “voto em branco”.
Carlos Alberto Alves

Sobre o autor

Carlos Alberto Alves - Jornalista há mais de 50 anos com crónicas e reportagens na comunicação social desportiva e generalista. Colabora semanalmente no programa Rádio Face, da Rádio Ratel, dos Açores. Leia Mais sobre o autor...

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